terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sonhos de infância... (continuação)

Há três anos, tive a oportunidade de realizar um de meus maiores sonhos de infância, num domingo de Bienal do Livro: conhecer Mauricio de Sousa, o criador da turma da Mônica.

Logo que peguei o prospecto do dia e encontrei as palavras "tarde de autógrafos" e "Mauricio de Sousa" na mesma sentença... não sei explicar o que se passou. De 26, parecia ter seis anos novamente. E os olhinhos pidões nem precisaram fazer muita força: meu marido me pegou pela mão - como pegaria uma criança de seis anos, mesmo - e me levou até o stand mencionado no prospecto.

Chegando lá, a decepção: as senhas haviam sido distribuídas muito antes da nossa chegada. Ao ver o semblante de criança que deixou o sorvete cair no chão, um funcionário muito simpático - que não sei o nome, mas a quem sou eternamente grata - me orientou a permanecer ali, no final da fila, firme e forte. "Ele não vai se negar a te atender", garantiu. E eu confiei.

Por mais ou menos 45 minutos, meu marido fez um tour pela Bienal, e me trouxe de presente o livro Histórias em Quadrões para ser autografado. E, apesar de estar doido para ver outras coisas, ali ele ficou, ao meu lado, naquela fila sem-fim, muito antes da hora marcada para que o Mauricio chegasse.

Foi aí que aconteceu.

Uma mãe, com sua garotinha de uns quatro anos, cutucou meu braço, estendendo um papel: uma senha de autógrafo. "Fica com essa senha, minha filha já está muito impaciente, vou desistir." Um anjo, pensei na hora!!! Também esse nome não sei, mas igualmente agradeço um gesto tão espontâneo.

Depois de umas três horas na fila, enfim havia chegado o meu momento. A última a ser atendida. Ali estava ele, o pai da Mônica, perguntando que desenho eu iria querer...

Muitas pessoas podem pensar que é exagero, puxa-saquismo ou algo do gênero. Fiquem à vontade... o fato é que eu sou fã. Admiradora mesmo, daquelas que nunca teve medo de assumir. E estar ali, ao lado dele, vendo-o desenhar ao vivo, trouxe-me de volta à infância.

Mais um anjo me auxiliou nesse dia. Um anjo de Belo Horizonte, cujo nome perdeu-se no tempo. Uma moça que, vendo minha reação, ofereceu-se para tirar fotos em sua câmera - ainda analógica. Uma pessoa maravilhosa que, semanas depois, enviava-me as fotos e os respectivos negativos, pelo correio.

Naquele domingo, realizei um sonho de infância. A sensação de ter seis anos novamente foi indescritível.

Há poucas horas, em meio a uma pesquisa, li uma crônica do próprio Mauricio, sobre essas tardes de autógrafos. Ele contava que não conseguia modificar a dinâmica desses momentos por prezar esse contato direto com os leitores.

Três anos depois, e outras duas tardes de autógrafos depois, peço ao Mauricio, humildemente, que continue exatamente com esse sistema. Aposto que, a cada tarde, uma nova criança - por dentro ou por fora - realiza um sonho de sua infância. E um brilho no olhar - novinho em folha ou que já estava esquecido - acende novamente as esperanças que temos, teremos, ou que havíamos deixado para trás.


Quando tudo começou...

Aprendi a ler muito cedo.

Aos três anos, já não precisava pedir a ninguém de casa que me lesse os gibis da Mônica que ganhava, apesar de ainda fazer manha na hora de dormir para que meus pais me contassem alguma história...

E, na contramão das crianças da época, não foi nenhuma cartilha que me abriu as portas do universo das letrinhas. Ou melhor, minhas cartilhas foram um tanto fora do convencional: a Folha de S. Paulo e as revistinhas da Mônica e do Cebolinha.

Meu pai, naquele tempo específico, era um ser paciente. Ao extremo. E não se cansava daquela pequena criatura, ávida por compreender aqueles símbolos mágicos, que lhe questionava incessantemente: "que letra é essa? E essa? O que escrito aqui? O que você lendo?", e por aí afora...

Nunca ninguém de casa - meu pai, minha mãe e minha avó materna - soube explicar exatamente como e quando isso aconteceu. O fato é que, de repente, eu parei de inventar histórias sobre as figuras dos gibis e comecei a, de fato, ler exatamente o que estava escrito nos balões.

Assim começou a minha história de amor com as letras.

Foram inúmeros gibis, suplementos infantis de jornais, livrinhos infantis, a coleção de contos dos irmãos Grimm da minha mãe, as caixas de cereal, os outdoors e placas nos passeios de carro em família...

Dali a começar a escrever, imitando os traçados das letras que eu lia nos balões saídos das bocas da Mônica, do Cebolinha, do Cascão e da Magali, foi um pulo. Eram muitas páginas, preenchidas com minha letra bastante disforme, que recebiam novos roteiros e aventuras para a turma, diretamente de minha criativa cabecinha de quatro anos.

Meus pais ainda têm algumas relíquias dessas guardadas, mas a maior parte se perdeu com o tempo.

Mas as lembranças são tão vivas, que credito a elas minha eterna capacidade de conversar diretamente com as crianças - sem tratá-las como bichinhos, bebês ou como adultos em miniatura.

E preciso confessar que, ao longo desses anos todos, nunca parei de ler os gibis da turma criada por Mauricio de Sousa... nem de criar novas histórias para esses personagens.

Para quem tem o sonho tatuado na pele, não há como abandonar o maior de todos.

Disseram-me, algumas vezes, que nossos sonhos infantis são absurdos, e que a maioria nunca se concretiza...

... quem pode me garantir?

(continua)

sábado, 25 de julho de 2009

Dica paulistana - com gostinho de infância

Quem nunca leu um gibi da turma da Mônica, que atire a primeira pedra!...

Mauricio de Sousa completa, em 2009, 50 anos de uma carreira repleta de grandes ideias e personagens inesquecíveis, que fazem parte (ou já fizeram algum dia) da infância da grande maioria das crianças brasileiras.

Fã incondicional da dentucinha mais charmosa do Brasil, fui conferir a exposição Mauricio 50 anos no MuBe (Museu Brasileiro da Escultura), em São Paulo.
A primeira parte conta com uma linha do tempo, na qual banners coloridos relembram cada momento da carreira do quadrinista. Década a década, vão-se descortinando os primeiros passos de cada personagem, desde os mais conhecidos até os que recentemente ressurgiram em histórias especiais, como Os Napões.

Para quem vivenciou a época, é uma oportunidade deliciosa para reviver momentos da infância - eu mesma, em alguns momentos, me vi mostrando alguns brinquedos dos anos 70, 80 e 90 e falando "eu tenho... eu tive..." (rssss)!

E, para a criançada, é uma maneira divertida para descobrirem quando cada personagem nasceu, como evoluíram suas formas, como eram as tirinhas iniciais...

Nesse espaço estão também expostos alguns dos prêmios recebidos por Mauricio durante sua carreira (que não são poucos), e uma atração pra lá de especial: o verdadeiro coelhinho da Mônica, fonte de inspiração para o famoso e invencível Sansão!

Há muito para se ver: televisores com uma biografia recentemente produzida pelo History Channel, campanhas publicitárias antigas da Turma da Mônica e trechos dos longas metragens; alguns dos milhares de produtos licenciados dos últimos tempos; um estúdio de desenhos animados, com direito a rotativas exibindo, no dia em que eu fiz a visita, o lindinho A Princesa e o Robô...


Bom, não vou contar todos os detalhes, pois muito da graça está em conferir pessoalmente cada centímetro destinado a essa exposição. Minha última dica é: vá sem pressa alguma... e saboreie cada novo quadro e escultura no espaço especialmente destinado aos já famosos quadrões, que são releituras de pinturas e esculturas famosas, com todos os personagens da turma como protagonistas.

Para não estragar a surpresa das novas obras, mostrarei apenas um quadro já consagrado: Magali e Mônica de rosa e azul, inspirado em quadro de Renoir.
Ah, sim... e quem sabe você não tem a mesma sorte que eu e encontra o próprio Mauricio de Sousa, fotografando e conferindo tudo, simpaticíssimo com as pessoas inconvenientes (como eu...) que teimam em perturbar-lhe o sossego para trocar umas palavrinhas e tirar uma fotografia?
Serviço
O Museu Brasileiro da Escultura fica na Avenida Europa, 218, no Jardim Europa, em São Paulo.
Fica aberto de terça a domingo, das 10 às 19 horas, com acesso facilitado para deficientes físicos.
A entrada é gratuita. Estacionamento, com valet parking, estava a R$ 10,00 no dia da visita (um domingo).
Mais informações: http://www.mube.art.br/
Agradecemos a preferência!
Volte sempre!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Dica paulistana do dia!

Bom, povo... Nem só de narcisismo vive meu amado botequinho.

De vez em quando, colocarei por aqui algumas indicações do que fazer nessa terrinha doida - leia-se São Paulo - gastando pouco ou quase nada!

A dica de hoje pode até parecer batida, mas tem MUITA gente que ainda não foi conferir: o Museu do Futebol, que fica na parte inferior do estádio do Pacaembu.

Abusando de criatividade e recursos tecnológicos, o museu traça um paralelo bastante interessante entre a história do Brasil e a trajetória do futibas aqui em nosso país. São dois pavimentos repletos de fotografias, vídeos, arquivos de som e atrações interativas que encantam o público de todas as idades.

Há atrações para quem quiser recordar, brincar, conhecer mais sobre o esporte e até para tomar um cafezinho. Quem não tem muita familiaridade com o universo da bola não precisa se preocupar: há todo um setor que explica, com frases de personalidades do futibas e da imprensa esportiva, as regras do esporte de uma forma didática sem ser careta.

Toda a estrutura está equipada para receber visitantes portadores de necessidades especiais, com elevadores, transcrições em braille e áudio.

O espaço térreo conta, ainda, com uma exposição itinerante. Atualmente, ocupa este espaço a mostra Mania de Colecionar, com camisas curiosas, flâmulas e botões. A narração de um jogo de botão entre Brasil e Itália é simplesmente imperdível!!!

E como nenhum programa é completamente interessante se você não pagar nenhum miquinho sequer... enfrente a pequena fila, desafie o goleiro virtual batendo um pênalti real (sim, eu fiz isso, e calçando um par de Melissa de lacinho!!! hahahahahaha) e sendo clicado para a posteridade (leia-se o site do museu).

Minha foto??? Errr... já está na galeria!!! hehehehe... para acessá-la, pague seu mico também, faça login e divirta-se!

Serviço

O Museu do Futebol fica aberto de terça a domingo, das 10 às 17 horas (com permanência permitida até as 18 horas), à exceção de dias de jogos vespertinos.
Os ingressos custam de R$ 3,00 a 6,00. Entrada gratuita toda quinta-feira.
Mais informações no site http://www.museudofutebol.org.br/

Agradecemos a preferência... volte sempre!

Voltei a blogar...

Depois de alguns anos afastada da blogagem, os poucos caracteres do twitter nosso de cada dia me deixaram com água na boca...

Muitas coisas acontecem à minha volta todos os dias, e como boa jornalista que sou - ainda que não-praticante -, não consigo deixar de dar meus pitacos sobre essas "muitas coisas".

Pois bem.

Afora alguns resquícios de "diário de adolescente" que, vez ou outra, possam surgir por aqui, com tom meio nostálgico... saibam que não é essa a intenção do meu humilde botequinho.

Como todo bom estabelecimento etílico, este balcão de boteco abrirá espaço para quaisquer temas que venham à minha mente. Essa é a vantagem do blog: aqui, a pauteira sou eu... afinal, como não sou nenhuma celebridade (nem uma wannabe celebridade!), grande parte dos meus posts será lido única e exclusivamente pelo meu público mais fiel: as mosquinhas!!!

Sejam bem-vindos!!!
Agradecemos a preferência!!! =]